Nesses últimos
tempos eu não tenho escrito mais resenhas, nem me movimentado no blog, não por preguiça
de escrever, mas sim por preguiça de ler (shame on me). Enfim, lutei contra
essa praga que é a preguiça e fui na biblioteca da minha escola escolher um
livro. O escolhido foi Hoje Talvez Não Mate
Ninguém da escritora Randa Ghazy.
Posso
dizer que a capa do livro me chamou bastante à atenção: “Histórias mínimas de
uma jovem muçulmana estranhamente não terrorista”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDUhXT4d9WJmpe2-zDLyB_Ya87pWCCBizwmuD7FLX-3TW-BYt4nlLMrEVCPRhDFHEWf-oF9LTMsouQOyvAHLMGzkoCZPCGW-np5SOIdm2SQmqFbjsr9DxsRSPHFI4i_yiTIabNyi6KA50/s1600/Hoje+talvez+n%C3%A3o+mate+ningu%C3%A9m.jpg)
Assim
como Randa Gazhy, Jasmim vive em Milão com os seus pais, que são egípcios,
sendo de origem muçulmana.
Jasmim
nos conta como é a sua vida. É uma jovem que preza pela paz, mas sente-se
forçada a entrar em conflito com todos aqueles que a ofendem por sua religião. “É
difícil de explicar, mas isto é mais do que sentirmo-nos ofendidos ou
insultados. É como sermos atirados por terra, uma verdadeira forma de
humilhação.”
A
história começa com Jasmim indo para o casamento da sua melhor amiga. Jasmim e
Amira são amigas desde que se conhecem e se consideram como irmãs. Jasmim não
consegue perceber como Amira deixa ser suprimida por todas as regras machistas
da sua religião ao se casar, como por exemplo, após o casamento, as mulheres têm que usar o
véu, que para Jasmim, tira toda a sua liberdade e personalidade. Uma das partes
mais tocantes do livro dizia respeito ao véu:
“Uma
vez, quando fui de férias a Marrocos, perguntei a uma rapariguinha que tinha
véu:
-Estão
mais de trinta graus. Tu não tens calor?
Foi esta
a sua resposta lapidar:
-Isso
não é nada em comparação com as chamas do inferno.”
Nesse
livro temos, basicamente, a vida de uma muçulmana ocidental e moderna, perplexa
com as outras pessoas da sua religião, que faz de tudo para que as outras pessoas
percebam que nem todos muçulmanos são terroristas, machistas, extremistas.
Eu
fiquei extremamente apaixonada por esse livro, li em 40 minutos. A leitura é
bem fácil, rápida e divertida. Jasmim é uma personagem extremamente cativante,
e mesmo que você pense que essa temática possa ser chata, acredite em mim, você
vai mudar de opinião.
Não sei
se vocês repararam na diferença, mas as citações foram em português de Portugal,
pois o livro que eu li foi de Portugal- já que eu moro aqui.
Como um
extra, eu vou deixar mais uma parte do livro que eu achei bem legal.
“- Para ti o que é uma loucura?
- Desejar
- Desejar?
- Sim.
- E porquê?
- Porque é aquilo que tu desejas
que te destrói”