quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Resenha de Hoje Talvez Não Mate Ninguém

                Nesses últimos tempos eu não tenho escrito mais resenhas, nem me movimentado no blog, não por preguiça de escrever, mas sim por preguiça de ler (shame on me). Enfim, lutei contra essa praga que é a preguiça e fui na biblioteca da minha escola escolher um livro. O escolhido foi Hoje Talvez Não Mate Ninguém da escritora Randa Ghazy.
                Posso dizer que a capa do livro me chamou bastante à atenção: “Histórias mínimas de uma jovem muçulmana estranhamente não terrorista”.

Esse livro fala sobre uma jovem, Jasmim, completamente normal. Estuda na universidade, sai com as suas amigas, briga com os pais. A única diferença entre a sua família e a família de todas as pessoas ao seu redor, é que ela é muçulmana.
                Assim como Randa Gazhy, Jasmim vive em Milão com os seus pais, que são egípcios, sendo de origem muçulmana.
                Jasmim nos conta como é a sua vida. É uma jovem que preza pela paz, mas sente-se forçada a entrar em conflito com todos aqueles que a ofendem por sua religião. “É difícil de explicar, mas isto é mais do que sentirmo-nos ofendidos ou insultados. É como sermos atirados por terra, uma verdadeira forma de humilhação.”
                A história começa com Jasmim indo para o casamento da sua melhor amiga. Jasmim e Amira são amigas desde que se conhecem e se consideram como irmãs. Jasmim não consegue perceber como Amira deixa ser suprimida por todas as regras machistas da sua religião ao se casar, como por exemplo, após o casamento, as mulheres têm que usar o véu, que para Jasmim, tira toda a sua liberdade e personalidade. Uma das partes mais tocantes do livro dizia respeito ao véu:
                “Uma vez, quando fui de férias a Marrocos, perguntei a uma rapariguinha que tinha véu:
                -Estão mais de trinta graus. Tu não tens calor?
                Foi esta a sua resposta lapidar:
                -Isso não é nada em comparação com as chamas do inferno.”
                Nesse livro temos, basicamente, a vida de uma muçulmana ocidental e moderna, perplexa com as outras pessoas da sua religião, que faz de tudo para que as outras pessoas percebam que nem todos muçulmanos são terroristas, machistas, extremistas.
                Eu fiquei extremamente apaixonada por esse livro, li em 40 minutos. A leitura é bem fácil, rápida e divertida. Jasmim é uma personagem extremamente cativante, e mesmo que você pense que essa temática possa ser chata, acredite em mim, você vai mudar de opinião.
                Não sei se vocês repararam na diferença, mas as citações foram em português de Portugal, pois o livro que eu li foi de Portugal- já que eu moro aqui.
                Como um extra, eu vou deixar mais uma parte do livro que eu achei bem legal.
“- Para ti o que é uma loucura?
- Desejar
- Desejar?
- Sim.
- E porquê?
- Porque é aquilo que tu desejas que te destrói”

sábado, 26 de abril de 2014

Resenha de A Lista Negra

O livro da resenha de hoje foi um dos meus presentes de aniversário, em Novembro do ano passado, ou seja, já li  muito tempo, e só agora estou fazendo a resenha. O bom disso é que existe uma hipótese mínima de eu soltar um spoiler :)
A Lista Negra é um livro com o grande tema sendo o bullying, mas na faceta que quase nunca vemos nos filmes e na maior parte dos livros
A história é contada pelo ponto de vista de Valerie, uma menina do Ensino Médio, que desde a muito tempo sofre bullying, e vem aguentando todas as provocações e “demonstração de ódio” de todos, até o momento que ela e o seu namorado, Nick, que também sofria do mesmo que Val, criam um caderno chamado “Lista Negra”, onde para descontar toda a raiva, tristeza e outros sentimentos ruins que sentiam, escrevem coisas que eles não gostam, hábitos, ou até mesmo o nome de pessoas que queriam se ver livres.

Um dia, depois de um incidente com colegas da escola de Val, Nick, cansado de sofrer todas aquelas humilhações comete um verdadeiro genocídio quando chega no colégio, com o objectivo de matar todos os que estão na Lista Negra. No meio de toda a confusão, Valerie se joga em cima da menina que mais odiava para parar com todo aquele massacre, e em fracções de segundos Nick atira na perna de Val. Ao perceber o que faz, Nick se mata. Não se preocupem, pois isso não é um spoiler, acontece nos primeiros capítulos do livro.
Com isso, todos que Valerie conhece vira-se contra ela, pois vêm-na como quem começou com tudo. A partir disso, tudo o que Valerie já sofria triplica, e o pior: sem o Nick, e sem a confiança de ninguém. Até os próprios pais de Val não acreditam que ela não teve nada a ver com a matança.
Tudo o que acontece até agora faz ainda parte da “introdução” do livro. O livro fala mesmo da vida de Valerie após o incidente
Esse livro me deu uma mistura de emoções, variando da felicidade extrema à depressão literária. Em quase todas as resenhas que eu li, todos dizem que o final é muito deprimente, e que se sentiram muito mal com o final. EU por acaso não senti isso, não achei o final assim tão comovente.

É um livro que sem dúvida alguma recomendo, já que foi tão emocionante.